sábado, 3 de setembro de 2011

Um Mestre



UM MESTRE


* Eduardo Tavares Mendes.


A estatura de um homem deve ser medida por tudo que ele fez e realiza e pelo que pode deixar para a posteridade. O maior legado que um ser humano pode transmitir é o exemplo de uma vida pautada em cima de conceitos éticos e morais. Mas, o conhecimento, a cultura, a capacidade de ensinar e de passar experiência e conhecimentos aos semelhantes, tornam o ser humano eterno.

Avesso ao elogio fácil, sempre curvei-me, contudo, diante do reconhecimento de valores essenciais ao crescimento do ente individual e da sociedade. Tenho colecionado grandes amizades ao longo dos anos já vividos. Muitas delas nascidas da admiração por qualidades que sempre me comoveram como a sinceridade, a solidariedade, a coragem, a inteligência e a facilidade de expressão.

Tenho a satisfação de haver conhecido e de conviver com cidadãos importantes e que muito têm influído em minha formação humanística, sobretudo de homem público que tem responsabilidade para com o futuro de tantos jovens. Destaco a pessoa do Mestre Moacir Vaz de Almeida, professor e advogado.

É invulgar a impressão que ele me causa!

Pouco importa sua larga folha de serviços prestados a Alagoas, ou sua trajetória, das mais dignificantes, a partir do nascimento em Rio Largo. O professor Moacir Vaz chama a atenção de todos pela capacidade, que tem, de, ao pronunciar-se em público, derramar sobre os ouvintes toda a sua existência carregada de sabedoria, simplicidade e boa vontade.

Em verdade, antes de enxergá-lo como professor, ou como advogado, a imagem que me chega à mente é a do orador. E a do homem com olhar de vontade férrea, e de esperança, que o distancia da mediocridade. Quando fala, parece concentrar em si, nesse momento, o poder de um exército, a força de um gigante e, ao mesmo tempo, o ímpeto que marcou os grandes oradores da história universal e a serenidade de um religioso. Sua voz soa como um trovão e suas palavras, a depender do tema abordado, cortam, como uma navalha, ou são suaves, como uma pluma.

Ouvindo o mestre Moacir Vaz proferir suas orações pode-se perceber a força das palavras e, daí, compreender-se porque os líderes têm tanto poder e tantos seguidores. Em sua mais recente mensagem, dirigida a novos bacharéis em Direito, dizia: “não seja cada um dos senhores mais um a engrossar a interminável fila dos conformados”.

Professor de criminologia, o “velho decano” do ensino superior , como ele próprio se intitula, tem a inquietação de uma criança, o vigor da juventude e o saber de alguém que muito viu, viveu e aprendeu. Aliás, a terceira idade, à qual, talvez, ainda não tenha chegado o professor, é um dom e, segundo Leonardo Davinci, “o conhecimento torna a alma jovem e evita a amargura da velhice”.

Sua estima, portanto, é privilégio de quem a possui. Ensinando conceitos das ciências criminológicas, matéria que domina, como ninguém, grande tem sido sua contribuição para o fortalecimento da classe jurídica de Alagoas. Em plena atividade, seguramente o mestre da oratória, o professor universitário, o advogado bem sucedido, o homem, o pai de família dedicado e o amigo, fiel e solidário, muito tem, ainda, a fazer por uma legião, cada vez maior, de pessoas que necessitam de um norte, de um exemplo a seguir.

Rendo, aqui, este tributo a um dos maiores mestres das Alagoas em todos os tempos.

Moacir Vaz, sem dúvida, segue a linha de Guedes de Miranda, de Silvio de Macedo, e de tantos outros homens que glorificaram a “Terra dos Marechais”, nas letras, nas palavras, na cátedra, enfim, na vida.




* É Presidente da Associação do Ministério Público de Alagoas.

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