sábado, 3 de setembro de 2011

Crise de propostas

Crise de propostas

Eduardo Tavares Mendes

Os países prosperam, muito ou pouco, ordenada ou desordenadamente. Uns progridem economicamente outros tornam-se mais avançados socialmente. Alguns desenvolvem a democracia e muitos se dão à prática do autoritarismo, cada um a sua maneira e de acordo com as peculiaridades regionais.

Tudo entre nós modifica rapidamente nos dias atuis. O socialismo caçou a liberdade do povo e sucumbiu. O Capitalismo tem se mostrado incapaz de realizar a tão sonhada justiça social. A era da tecnologia rompeu com os valores sociais e trouxe a fome, os alimentos contaminados, os conflitos de terra, a repressão aos trabalhadores, a destruição da natureza, o medo, o sangue e a morte. A inversão de valores tem sido palpável no mundo globalizado. O fim passou a justificar os meios. Foram criados seres transgênicos e a bomba atômica. Inventaram as armas químicas e nucleares e descobriram técnicas de clonagem que permitem a duplicação dos seres. Pelo “ bem da humanidade” torturadores de animais chegam a receber o Prêmio Nobel e a lei, contudo, tem dado amparo a todas essas atrocidades.

Em meio a todos esses acontecimentos, os descasos, os erros, a corrupção e a irresponsabilidade de governantes despreparados!

A crise enfrentada pela Argentina de Menem e De La Rúa não difere muito da vivida no Peru de Fujimori e nós brasileiros não temos muito o que criticar dos nossos vizinhos, pois não vislumbramos um futuro promissor para a Nação. A Rússia mergulha em problemas e a Ilha de Fidel acha-se à beira do naufrágio. A Europa está cheia de exemplos de desigualdades econômicas e políticas. É só observarmos a diferença gritante entre as economias portuguesa e espanhola, ou francesa. Na Ásia ou na África, os problemas sociais e econômicos estouram a toda hora. Enfim, o mundo sobrevive ao caos a todo instante.

As guerras, a violência rural e urbana, os conflitos raciais e religiosos, o terrorismo, tudo converge para a grande e inevitável crise mundial.

A falta d’água, a escassez alimentícia, a diminuição dos recursos hidrominerais, as agressões ao meio ambiente e o desrespeito a vida em todas as suas formas nos faz afirmar que, com toda certeza, os líderes terão dificuldades incomensuráveis para colocarem os seus países na linha do desenvolvimento sócio econômico sem maiores perdas, sobretudo humanas.

Diante de tudo isso pergunta-se: Estamos preparados para enfrentar a grave crise planetária? Na conjuntura atual, as vésperas das eleições presidenciais, existem propostas maduras com as quais se deva confrontar questões tão sérias ? Preocupa-nos o futuro político/econômico da país, especialmente porque, diante do quadro narrado, com o Brasil apresentando níveis alarmantes de pobreza, de analfabetismo, de violência e de desajustes sociais, percebemos que o eleitor brasileiro ao invés de projetar a análise das propostas políticas para o futuro, para os programas de governo com suas metas e prioridades, tem voltado os olhos para trás, fazendo mais um juízo de reprovação da classe política, quando, infelizmente, notamos, e o passado demonstra claramente, que os candidatos que ai estão não se acham devidamente habilitados para encarar os desafios do novo milênio. Falta-lhes coerência, propostas ousadas, preocupação social. Falta-lhes, sobretudo, história.

É Presidente da Associação do Ministério Público de Alagoas.

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